por Sylvio Micelli / Assetj
A Campanha Salarial dos Servidores do Judiciário ganha mais um capítulo para ampliar as discussões. O que deve dominar os debates nos próximos dias é a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo dessa quinta-feira (28), no caderno Brasil, página A13.
Sob o título "Greves de servidores desafiam governo Serra", a jornalista Catia Seabra afirma que o Judiciário estadual estaria concedendo 6% de reposição salarial aos seus servidores. O texto reflete o movimento geral do funcionalismo cujas categorias encontram-se em campanha salarial e a opinião do governo de que as justas reivindicações dos servidores são de ordem político-partidária.
Sobre o Judiciário, a jornalista escreve: "A tensão é acirrada por uma queda-de-braço entre governo e outros Poderes. Legislativo e Judiciário decidiram conceder reajuste de 6% aos funcionários. No caso do Judiciário, a conta irá para o governo. Dois projetos enviados pelo Judiciário à Assembleia exigem R$ 290 milhões adicionais do Estado. A equipe econômica se recusou a cobrir a despesa".
Se saiu, o TJ não sabe, o TJ não viu
A diretoria de Imprensa da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Assetj) entrou em contato com a assessoria de Imprensa do TJ paulista no final da tarde dessa quinta (28), que afirmou não ter conhecimento da matéria e muito menos saber da reposição. A assessoria informou que sabe da Campanha Salarial apenas pelo trabalho das entidades e pela grande quantidade de jornalistas que ligam todos os dias e do estado inteiro para saber se haverá greve.
No caso do Legislativo, o assunto já foi solucionado. A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa concedeu, no último dia 20 de maio, a reposição de 6,4%. O ato foi publicado no Diário Oficial do dia seguinte.
A Assetj tentou entrar em contato com a jornalista Cátia Seabra por telefone e e-mail, para confirmar a informação, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA MATÉRIA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO
Greves de servidores desafiam governo Serra
Secretário de Gestão diz que associações têm vínculos com o PT; sindicalistas reagem e atribuem paralisação à política salarial
Queixando-se da falta de diálogo com o governo, os sindicatos dos servidores convocaram para amanhã greve por melhores salários
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa amostra do que o espera até as eleições, o governador de São Paulo e potencial candidato do PSDB à Presidência, José Serra, enfrenta a partir de amanhã manifestações do funcionalismo público. Queixando-se de falta de diálogo, sindicatos de servidores convocaram para amanhã uma paralisação por maiores salários. A convocação é geral, mas deve ter maior adesão dos professores. Atribuindo à crise as dificuldades para concessão de reajuste, integrantes do governo apostam no esvaziamento do protesto e enxergam inspiração política no movimento.
A tensão é acirrada por uma queda-de-braço entre governo e outros Poderes. Legislativo e Judiciário decidiram conceder reajuste de 6% aos funcionários. No caso do Judiciário, a conta irá para o governo. Dois projetos enviados pelo Judiciário à Assembleia exigem R$ 290 milhões adicionais do Estado. A equipe econômica se recusou a cobrir a despesa.
Porta-voz do governo, o secretário de Gestão, Sidney Beraldo, alega que foram atendidas demandas históricas, "tanto é que houve um aumento real de 14,2% da folha". Beraldo reproduz discurso corrente no governo -o de que, dirigidos por filiados a partidos de oposição, sindicatos são instrumentos de luta política.
"Não posso negar que tem um viés político-partidário e, em período eleitoral, sempre a tendência é esquentar os ânimos", disse Beraldo, afirmando que "a grande maioria das entidades sindicais ligadas ao setor público tem tendências partidárias", especialmente do PT, e contam com o apoio da CUT. Filiada ao PT, a presidente da Apeoesp (sindicato dos professores da rede de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, reage: "Sou professora. Tenho clareza. O descontentamento é que foi me atraindo para a luta", afirmou Maria Izabel, que reivindica destinação de R$ 7 bilhões ao reajuste.
O presidente do conselho do funcionalismo, Carlos Ramiro Castro, critica a política salarial do governo, que, segundo ele, baseia-se em gratificações que não se incorporam aos salários: "Existem casos de servidores que recebem mais em gratificações do que no salário em si".
Em novo capítulo da disputa com o PT, Serra cobrou ontem de sua equipe o registro de imagens antes e depois de suas realizações. Na visita às obras da Etec (escola técnica) de Paraisópolis, lembrou que ali havia entulho e uma escola de lata, sugerindo ao secretário Geraldo Alckmin (Desenvolvimento) a exposição de uma foto de como era o lugar: "Já pedi exaustivamente. Tem que documentar o antes e o depois. Se não, perdem a memória".
Já em discurso, Serra disse que, a partir de sua gestão, os CEUs -marca da petista Marta Suplicy- ganharam maior capacidade e estão ainda mais bonitos e mais baratos. A pedido do PSDB, Serra terá aparição pública ao lado do governador Aécio Neves na semana que vem, no Paraná.
Colaborou FERNANDO BARROS DE MELLO, da Reportagem Local
Um comentário:
Caro MICELLI:
Comparecendo com meu voto, e desejando ótimo final de semana para vc. e Família.
( Como torce, hein? ) Igual a mim, Sou Flamengo!
Essa Reposição de 6% está difícil! Parabéns bravo guerreiro!!!
ESTRELA SELMA
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